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Olá pessoal, espero que todos estejam bem! Hoje estou iniciando mais uma rodada do quadro “Acertando os Conceitos”. Todas as quintas feiras às 15 horas, faço um post para explicar um CONCEITO da área da fisiologia do exercício e do treinamento. Meu objetivo com esse quadro é disponibilizar para todos os meus seguidores uma espécie de glossário para uma consulta rápida. Muitas vezes, quando estamos trabalhando ou estudando, podem surgir dúvidas sobre diversos conceitos. Com esse glossário, você poderá consultar os conceitos aqui descritos quantas vezes você quiser! Então continue acompanhando o Viajando pela Fisiologia.

Na semana passada, conceituei o OVERREACHING e o OVERTRAINING, que são considerados dois tipos de ADAPTAÇÃO CRÔNICA NEGATIVA. Hoje, gostaria de descrever alguns dos muitos SINAIS FISIOLÓGICOS que podem ser detectados durante o processo de instalação das adaptações crônicas negativas. Durante a modulação de um processo adaptativo crônico negativo, podem ocorrer alterações fisiológicas em muitos sistemas corporais, levando a diversas alterações funcionais que podem ser detectadas. Veja abaixo algumas das principais mudanças fisiológicas e os consequentes SINAIS:

  • Alterações no Sistema Nervoso Autônomo Simpático (SNAS): essas alterações não estão somente ligadas à função cardiovascular clássica como aumento da frequência cardíaca e pressão arterial de repouso ou em esforço submáximo. Como consequência, também pode ocorrer aumento da taxa metabólica de repouso, redução do apetite, gerando redução do peso corporal, alterações no padrão de sono e instabilidade emocional;
  • Alterações no Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático (SNAP): os sinais clássicos são diminuição da frequência cardíaca e pressão arterial de repouso e submáxima. Entretanto, alterações no SNAP, podem acelerar a fadiga muscular precoce. Imagine que seu aluno (a) irá realizar hoje um treino convencional onde não teria nenhum problema em completar o treino com cargas moderadas e, de repente, o aluno não consegue completar o treino devido ao surgimento de uma fadiga muscular. Agora imagine que isso se repita em mais sessões de treino. Forte indicativo de que algo está errado!
  • Alterações no Sistema Imune: geralmente ocorre uma imunossupressão (redução da atividade imunológica). As consequências diretas disso são o aumento de quadros infecciosos como gripes, infecções de vias aéreas superiores e infecções urinárias. Além do aumento da percepção de esforço (maior cansaço geral);

– Alterações Neuromusculares: imagine que o treinamento tenha como objetivo o aumento da força muscular. De repente, você começa a observar que os níveis de força muscular caíram! Isso ocorre devido a alterações neuromusculares como menor ativação de placa motora, menor agregação do neurotransmissor acetilcolina nos receptores pós sinápticos musculares e menor recrutamento de unidades motoras. Consequentemente, a força, endurance e potencia muscular são reduzidas.

– Alterações Neuroendócrinas: alterações na função de hormônios como GH, IGF-1, Testosterona, Tiroxina e Cortisol;

– Alterações Metabólicas: aumento dos níveis de creatina quinase, lactato desidrogenase e transaminase glutâmica no sangue que são indicativos de dano muscular;

 

Esses são apenas alguns dos principais SINAIS FISIOLÓGICOS que podem surgir durante a instalação de um processo adaptativo crônico negativo. Muitas pessoas acreditam que esses sinais apenas acontecem em atletas de alto rendimento. Entretanto, esses sinais também podem ocorrer em praticantes comuns de exercício na academia! E, você deve estar se perguntando: “como eu posso então, na academia, identificar e entender se esses sinais estão acontecendo com meu aluno (a), uma vez que não tenho acesso a exames laboratoriais?”. É verdade, não temos como exigir de nossos alunos exames laboratoriais para tentar identificar esses sinais!

Mas, temos um instrumento PODEROSO que muitas vezes não utilizamos na prática profissional chamado de CONVERSA! É isso mesmo, uma simples conversa com o aluno (a) antes e após a sessão de exercício, poderia fornecer informações valiosas que podem auxiliar no entendimento desse fenômeno! Perguntas simples antes de iniciar um treino, como por exemplo: A) você está se sentindo disposto hoje? Você está sentindo algum tipo de desconforto, dor ou rigidez muscular? Você dormiu bem na noite passada? Você está bem humorado hoje? Na sua opinião, o treino de hoje foi muito mais pesado do que o anterior? Você se sentiu bem durante o treino? Essas são perguntas SIMPLES que poderia indicar uma primeira ideia desse fenômeno que, mais tarde, poderia ser confirmada com o conhecimento de outras variáveis!!

Então, já pensou em conversar um pouco mais com seus alunos (as)? Além de demonstrar preocupação com o estado geral do aluno (a), você poderá tentar entender e, quem sabe, evitar uma adaptação crônica negativa!

Na próxima semana, vou dar alguns exemplos de SINAIS PSIOLÓGICOS que permitirão você, profissional de Educação Física desconfiar que algo está acontecendo de errado no processo de adaptação crônica.

Espero que você tenha gostado desse conteúdo! Por favor, me ajude a divulgar o Viajando pela Fisiologia, compartilhando essa informação com seus amigos e amigas.

 

Grande abraço a todos e ótima semana!

2 Comentários

  1. JESSE DE JESSUS SANTANA disse:

    Muito bom Professor obrigado pelo conteúdo ajudou bastante.
    Jessé 14203C FMU

  2. Gabriel Souza disse:

    Excepcional Prof !!