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Olá pessoal, como é de costume, toda segunda feira às 15 horas, faço um post comentando um artigo científico recente da área da fisiologia do exercício e do treinamento. Hoje, gostaria de apresentar para todos o artigo publicado pelo meu amigo, Gustavo Allegretti João, no qual tive o prazer de ser coautor.

O artigo dessa semana intitulado “POWERLIFTING SESSIONS PROMOTE SIGNIFICANT POST-EXERCISE HYPOTENSION” (SESSÕES DE POWERLIFTING PROMOVEM HIPOTENSÃO SIGNIFICATIVA PÓS-EXERCÍCIO).

As evidências científicas disponíveis na literatura apontam que o treinamento resistido é uma importante estratégia no controle da pressão arterial sistêmica, tanto em indivíduos normotensos como em hipertensos. O principal efeito de uma sessão de treinamento resistido no sistema cardiovascular é o famoso Efeito Hipotensor Pós Esforço que é caracterizado pela redução dos valores pressóricos de repouso abaixo do nível de repouso antes da realização do treinamento resistido.

Em indivíduos hipertensos, esse efeito é clinicamente reconhecido e um importante aliado na redução do risco de mortalidade por doenças cardiovasculares. Entretanto, grandes elevações da pressão arterial sistólica durante a execução do treinamento resistido, devem ser evitadas, devido ao aumento considerável do risco cardiovascular. Nesse sentido, os praticantes de Powerlifting (modalidade de treinamento resistido onde a carga de treinamento é elevada, geralmente com poucas repetições [entre 2 e 5] e com carga elevada [90-95% de 1RM]) poderiam estar expostos ao maior risco cardiovascular, certo? Não necessariamente!

Um estudo recém publicado (2017) realizado por nosso grupo de pesquisa, do qual tive o prazer de ser Coautor, demonstramos que além de NÃO OCORRER PICOS PRESSÓRICOS que caracterizassem maior risco cardiovascular, ainda houve Efeito Hipotensos Pós Esforço associado!

Esse estudo foi publicado na Revista Brasileira de Medicina do Esporte por João et al (2017), teve como objetivo avaliar a sobrecarga cardiovascular aguda e o efeito hipotensor pós esforço após uma sessão de Powerlifting. A amostra foi composta por 8 praticantes experientes em Powerlifting (34 ± 5 anos). Foram realizados os seguintes exercícios: agachamento, supino e levantamento terra, sendo 1 série entre 2 e 5 repetições com 95% de 1RM. A pressão arterial sistólica e diastólica foram mensuradas antes do treinamento, imediatamente após o término do treinamento, 5,10,30,60 minutos após o treino e também 24 horas após o término do treino.

Interessantemente, foi encontrado aumento significativo na pressão arterial sistólica entre o repouso pré exercício e imediatamente após o término do exercício (135 ± 6 vs. 153 ± 10 mmHg),  respectivamente. Esse resultado demonstrou que o aumento da pressão sistólica não atingiu valores considerados risco de sobrecarga cardiovascular. Outro resultado encontrado foi o efeito hipotensor pós esforço encontrado na pressão arterial sistólica, diastólica e média após 60 minutos do término do treinamento e persistiu durante 24 horas após o término do treino resistido.

Diante desses resultados, os autores concluíram que uma sessão de Powelifting não aumenta a pressão sistólica até a faixa de risco e promove efeito hipotensor pós esforço após 60 minutos de exercício e que essa resposta cardiovascular persistiu 24 horas pós-esforço.

Porém, antes de sugerir aos seus alunos na academia ou nas aulas de personal um treino resistido com características de Powerlifting, leve em consideração que a amostra desse estudo foi de pessoas treinadas, portanto, pessoas já adaptadas a esse modelo de treino, pessoas com maior nível de força muscular nos grupamentos musculares utilizados na sessão e não  hipertensos. As evidências científicas disponíveis na literatura apontam relação inversa entre nível de força muscular e risco cardiovascular durante o treino resistido, ou seja, à medida que o nível de força muscular aumenta, a sobrecarga cardiovascular durante o treino resistido reduz. Portanto, o profissional de Educação Física deve avaliar:

A) se esse modelo de treino resistido é realmente necessário considerando os objetivos e a condição neuromuscular de seus alunos (as) e;

B) caso seja o objetivo do aluno (a) em algum momento da periodização realizar alguns treinos com essas características, a progressão de carga deve ser realizada segundo as recomendações propostas pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte em seu último Position Stand, “Progression Models in Resistance Training for Healthy Adults”.

Clique Aqui e Leia o Artigo na Íntegra.

Deixe seu comentário contando sua experiência com o treinamento resistido associado à restrição calórica. Deixe um comentário com suas dúvidas! Estou aqui para te ajudar! Por favor, me ajude, divulgando e compartilhando esse conteúdo!

Grande abraço vamos juntos Viajar pela Fisiologia.

1 Comentário

  1. Bruno Santiago disse:

    Muito interessante professor, venho buscando informações sobre o efeito do treino resistido sobre a pressão arterial. Conteúdo de grande valia…